O Brasil intensificou suas relações comerciais com México e Canadá, buscando alternativas ao mercado dos Estados Unidos, após a imposição de tarifas de 50% que impactaram as exportações nacionais. A estratégia visa diversificar os destinos dos produtos brasileiros e reduzir a dependência do mercado norte-americano, responsável por aproximadamente 55% dos itens afetados pelas novas taxas.
Na última quarta-feira, o vice-presidente Geraldo Alckmin, acompanhado pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e pelo presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, reuniu-se com mais de uma centena de empresários brasileiros na Cidade do México. A missão tem como objetivo expandir os acordos comerciais com México e Canadá, que figuram entre os dez principais importadores nos setores atingidos pelas tarifas dos EUA.
Um levantamento da ApexBrasil identificou 449 oportunidades de negócios em 72 países como alternativas ao mercado americano. O México se destaca pela proximidade logística e pelo crescimento da demanda por alimentos e tecnologia. Em 2023, as exportações brasileiras de carne bovina para o México ultrapassaram US$ 400 milhões, um aumento significativo em relação aos US$ 20 milhões registrados em 2021.
Durante o encontro, as autoridades enfatizaram que a visita busca aprofundar os acordos comerciais com os dois países. “Estamos falando de dois mercados estratégicos. A logística para o México e Canadá é tão eficiente quanto a dos EUA, e o nível de diversificação comercial também é elevado”, afirmou Jorge Viana.
O vice-presidente Alckmin enfatizou que a missão representa uma resposta direta ao cenário internacional. “O México é o sétimo destino das exportações brasileiras, e nós somos um novo destino para os produtos mexicanos. Estamos aqui para ouvir o setor produtivo e ampliar as oportunidades”, declarou.
Entre os setores com maior potencial de crescimento no mercado mexicano, destacam-se alimentos, tecnologia, bioenergia e transportes. O Brasil busca aumentar as exportações de arroz, café e carne, além de abrir espaço para empresas de inovação. A Embraer também mantém uma forte presença no México, com mais de uma centena de aeronaves em operação e a geração de mais de mil empregos na cadeia produtiva.
O ministro Carlos Fávaro destacou a importância de uma diplomacia comercial recíproca. “Viemos aqui não só para levar boas notícias ao Brasil, mas também para oferecer oportunidades ao empresariado mexicano. A relação precisa ser ganha-ganha”, concluiu. A missão também se estenderá ao Canadá nos próximos dias.